Com mais de 15 anos de atuação no Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas (PPGIPA), o professor Claudio Vieira da Silva acredita que fazer ciência é, sobretudo, provocar novas perguntas. Durante anos, sua pesquisa esteve voltada à investigação molecular do Trypanosoma cruzi, com foco em proteínas como a P21. Apesar dos avanços e publicações, a realidade da Doença de Chagas exigia um olhar mais amplo.

Hoje, Claudio lidera um laboratório em transformação, que mantém a base da biologia molecular, mas amplia horizontes para compreender como fatores sociais, ambientais e de saúde coletiva influenciam a interação entre parasita e hospedeiro. Questões como os impactos de uma dieta empobrecida no microbioma intestinal ou o efeito do estresse crônico em comunidades vulneráveis passaram a integrar a pauta de suas pesquisas.

Para ele, a principal realização no programa são os egressos que se tornaram parceiros de pesquisa e de vida, multiplicando o conhecimento construído no PPGIPA. Claudio ressalta que o programa é a escolha ideal para estudantes que buscam mais do que formação técnica: aqui, a ciência é pensada em diálogo com filosofia, estudos decoloniais e ecologia política.

Seu conselho aos futuros pesquisadores é claro: “questionem a história única”. O desafio, segundo ele, é não se deixar seduzir apenas pelo reducionismo, mas compreender que cada indivíduo é um holobioma , um conjunto complexo de interações biológicas, sociais e ambientais que compõem a vida.